Dr. Victor Portocarrero - Urologista

6 de março de 2024

Depois de quanto tempo a vasectomia pode ser revertida?

Depois de quanto tempo a vasectomia pode ser revertida

A vasectomia pode ser revertida tecnicamente a qualquer momento após o procedimento. No entanto, as maiores taxas de sucesso são observadas quando a reversão é realizada dentro de 5 anos, sendo as chances mais altas nos primeiros 3 anos após a vasectomia.

A vasectomia é um procedimento de esterilização masculina, comum e geralmente considerado permanente. No entanto, em alguns casos, pode-se considerar a reversão da vasectomia, técnica conhecida como vaso-vasostomia. A possibilidade de reversão depende de vários fatores, incluindo o tempo decorrido desde a vasectomia.


Tecnicamente, a reversão da vasectomia pode ser realizada em qualquer momento após o procedimento original. No entanto, as taxas de sucesso diminuem conforme aumenta o intervalo de tempo. Idealmente, a reversão deve ser feita dentro de 5 anos após a vasectomia para melhores chances de sucesso. A complexidade da cirurgia de reversão aumenta com o tempo devido às mudanças no sistema reprodutivo masculino.


Estatisticamente, a reversão da vasectomia realizada dentro de 3 anos tem as maiores taxas de sucesso, variando entre 70% e 90%. Entre 3 e 8 anos, as chances de sucesso ainda são significativas, mas começam a diminuir. Após 15 anos da vasectomia, as taxas de sucesso da reversão são consideravelmente mais baixas, porém ainda possíveis.


Importante ressaltar que a reversão da vasectomia não garante a restauração da fertilidade. Fatores como idade, saúde geral do paciente e condições reprodutivas do parceiro também influenciam. Assim, a decisão pela reversão deve ser tomada considerando uma avaliação médica completa e discussão das expectativas e possíveis resultados.

Quando a reversão de vascetomia não é indicada?

A reversão da vasectomia pode não ser indicada em várias situações técnicas e médicas. Inicialmente, é importante considerar o tempo decorrido desde a vasectomia. Quando o procedimento foi realizado há mais de 15 anos, a probabilidade de sucesso da reversão diminui significativamente, tornando-a menos recomendável.


Do ponto de vista médico, a reversão não é indicada se existirem problemas significativos de saúde no paciente que aumentem os riscos cirúrgicos. Isso inclui condições como distúrbios de coagulação, infecções graves ou doenças cardiovasculares não controladas. Tais condições podem tornar qualquer procedimento cirúrgico, incluindo a vaso-vasostomia, demasiadamente arriscado.


Outro aspecto importante é a condição de saúde reprodutiva do homem. Se houver evidências de problemas significativos na produção ou na qualidade do esperma, a reversão pode não ser aconselhável. Isso ocorre porque a restauração do ducto deferente, por si só, pode não ser suficiente para recuperar a fertilidade efetiva.


Por fim, a reversão da vasectomia também pode não ser indicada se houver fatores irreversíveis de infertilidade no casal. Por exemplo, se a parceira possui condições médicas que impedem uma gravidez natural, a reversão pode não ser útil. Em tais casos, outras opções de reprodução assistida podem ser consideradas em vez da reversão da vasectomia.

Como saber se a reversão de vasectomia deu certo?

Para avaliar o sucesso de uma reversão de vasectomia, o indicador principal é a presença de espermatozoides no sêmen. O primeiro passo após a cirurgia é realizar um espermograma, um exame que analisa a quantidade e qualidade dos espermatozoides. Geralmente, este teste é feito cerca de 12 semanas após a cirurgia, permitindo tempo para a recuperação e a regeneração dos canais deferentes.


A continuidade no monitoramento é crucial. Recomenda-se realizar espermogramas regulares a cada 3 a 6 meses no primeiro ano após a reversão. Isso permite avaliar a evolução da contagem espermática e a motilidade dos espermatozoides, fornecendo uma visão mais clara da eficácia do procedimento ao longo do tempo.


Um aspecto importante é que a presença de espermatozoides no sêmen não garante imediatamente a fertilidade. Fatores como a qualidade do esperma e condições reprodutivas do casal também desempenham um papel crucial. Por isso, a avaliação da fertilidade do casal como um todo é parte do processo de determinar o sucesso da reversão.


Em casos onde não há presença de espermatozoides nos espermogramas iniciais, pode ser necessário um período mais longo para uma avaliação conclusiva. Alguns homens podem começar a apresentar espermatozoides no sêmen meses ou até um ano após a cirurgia. Se após um ano não houver espermatozoides presentes, a reversão é geralmente considerada sem sucesso.

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