Dr. Victor Portocarrero - Urologista
Cálculo renal na gravidez: riscos, sintomas e tratamentos seguros

O cálculo renal na gravidez exige atenção. Pode causar dor intensa, infecção e riscos ao bebê. O tratamento deve ser seguro para a gestante, priorizando hidratação, analgesia e, se necessário, cirurgia.
O cálculo renal na gravidez é uma condição que exige cuidado redobrado, pois envolve tanto a saúde da mãe quanto a do bebê. A presença de pedras nos rins durante a gestação pode causar dor intensa, infecções urinárias recorrentes e até parto prematuro em casos mais graves. Por isso, é essencial identificar rapidamente o problema e tratá-lo com segurança.
A gestação provoca mudanças hormonais e mecânicas no sistema urinário, como dilatação dos ureteres e maior retenção de urina, o que favorece a formação de cálculos renais. Mesmo que o cálculo renal na gravidez não seja frequente, ele representa a principal causa cirúrgica não obstétrica de internação hospitalar nesse período.
Os sintomas do cálculo renal na gravidez podem ser confundidos com dores musculares, contrações ou problemas digestivos. Por isso, o diagnóstico correto exige atenção médica especializada, geralmente com apoio de exames como ultrassom — já que a tomografia, comum em não gestantes, não é indicada devido à radiação.
O tratamento do cálculo renal na gravidez deve ser conservador sempre que possível. Analgésicos seguros, hidratação intensa e repouso costumam ser suficientes para cálculos pequenos. Em casos mais graves, pode ser necessário realizar procedimentos urológicos minimamente invasivos, sempre respeitando as limitações do período gestacional.
Com diagnóstico precoce e acompanhamento conjunto entre urologista e obstetra, o cálculo renal na gravidez pode ser tratado de forma eficaz e segura, preservando a saúde da mãe e o desenvolvimento do bebê até o parto.
Quais os riscos do cálculo renal na gravidez?
O cálculo renal na gravidez pode gerar riscos sérios tanto para a gestante quanto para o bebê. A dor intensa causada pelas cólicas renais eleva o nível de estresse, aumenta a liberação de hormônios inflamatórios e pode provocar contrações uterinas, elevando o risco de parto prematuro.
Além da dor, o cálculo renal na gravidez pode causar obstrução parcial ou total do trato urinário. Isso leva à retenção de urina no rim (hidronefrose), aumentando a pressão e o risco de infecção urinária grave. Quando a infecção se instala, há risco de pielonefrite, sepse e até ameaça à vida da gestante.
Por esses motivos, toda suspeita de cálculo renal na gravidez deve ser avaliada rapidamente em ambiente hospitalar. Mesmo que o tratamento seja conservador, o monitoramento é indispensável para evitar complicações e preservar a saúde materno-fetal.
Quais os sintomas do cálculo renal na gravidez?
Os sintomas do cálculo renal na gravidez são semelhantes aos que ocorrem fora do período gestacional, mas podem ser confundidos com outras queixas comuns na gravidez. A dor lombar intensa, geralmente de um lado, é o principal sinal, podendo irradiar para a virilha ou região genital.
Outros sintomas incluem náuseas, vômitos, sensação de bexiga cheia, vontade frequente de urinar e presença de sangue na urina. Em casos mais graves, a gestante pode apresentar febre, calafrios e queda do estado geral, sinais que indicam possível infecção urinária associada ao cálculo.
Como a dor abdominal é comum na gestação por diversos motivos, é importante que a avaliação médica seja criteriosa. Exames como ultrassonografia renal e urinária são fundamentais para confirmar a presença do cálculo renal na gravidez com segurança, sem expor o feto à radiação.
Como é feito o diagnóstico do cálculo renal na gravidez?
O diagnóstico do cálculo renal na gravidez deve ser feito com base na história clínica, exame físico e exames de imagem compatíveis com o período gestacional. O ultrassom das vias urinárias é o principal exame utilizado, por ser seguro para o bebê e capaz de identificar a maioria dos cálculos e obstruções.
A tomografia computadorizada, exame padrão para diagnóstico de cálculo renal em não gestantes, não é recomendada na gravidez devido à radiação ionizante, que pode prejudicar o feto. Em situações excepcionais, pode-se recorrer à ressonância magnética, quando a ultrassonografia não fornece informações suficientes.
Além dos exames de imagem, o médico pode solicitar exames laboratoriais de urina e sangue para avaliar sinais de infecção, presença de sangue na urina e alterações nos rins. O diagnóstico precoce do cálculo renal na gravidez permite definir o melhor tratamento e prevenir riscos para a mãe e o bebê.
Quais são os tratamentos seguros para cálculo renal na gravidez?
O tratamento do cálculo renal na gravidez deve ser o mais conservador possível, especialmente no primeiro e no terceiro trimestres. Em geral, quando o cálculo tem menos de 1 cm, o foco é aliviar a dor com analgésicos seguros (como paracetamol), manter hidratação oral ou venosa e aguardar a eliminação espontânea da pedra.
Se houver dor persistente, infecção urinária ou obstrução significativa, o urologista pode indicar intervenções minimamente invasivas, como a colocação de um duplo J (cateter interno que drena a urina do rim para a bexiga) ou uma nefrostomia percutânea, que drena a urina para fora do corpo. Esses procedimentos são seguros e ajudam a controlar complicações até que o cálculo possa ser tratado após o parto.
A ureteroscopia com laser, embora mais complexa na gestação, pode ser indicada em casos selecionados, desde que realizada em centros especializados. Todo tratamento do cálculo renal na gravidez deve ser conduzido por equipe integrada de urologia e obstetrícia para garantir a segurança de ambos os pacientes.
Como prevenir novos episódios de cálculo renal na gravidez?
A prevenção do cálculo renal na gravidez começa com a hidratação adequada, que ajuda a diluir a urina e reduzir a chance de formação de cristais. A ingestão de pelo menos 2 litros de água por dia, fracionada ao longo do dia, é uma das principais recomendações.
Além disso, o acompanhamento nutricional pode ajudar a ajustar o consumo de sódio, cálcio e proteínas de origem animal, que estão frequentemente relacionados à formação de cálculos. O obstetra ou nutricionista da gestante pode adaptar a dieta sem comprometer o desenvolvimento do bebê.
Para mulheres com histórico prévio de cálculo renal, o urologista pode acompanhar de forma mais próxima durante a gestação, com exames regulares e orientações específicas. A prevenção é fundamental para evitar crises dolorosas e garantir uma gravidez tranquila.
Conclusão: cálculo renal na gravidez exige diagnóstico rápido e tratamento seguro
O cálculo renal na gravidez é uma condição que, embora não seja frequente, pode trazer riscos importantes à saúde da gestante e do bebê. Dor intensa, infecção e risco de parto prematuro estão entre as principais complicações, e o diagnóstico precoce é essencial.
Com exames seguros como o ultrassom e tratamento conservador bem orientado, é possível controlar o quadro sem prejudicar a gestação. Em casos graves, intervenções minimamente invasivas podem ser necessárias e são consideradas seguras quando feitas por especialistas.
Se você está grávida e suspeita de cálculo renal, procure imediatamente avaliação médica. Com o acompanhamento certo, é possível aliviar os sintomas, evitar complicações e garantir o bem-estar de toda a gestação.